Governo Federal avalia como “preocupante” a crise de água no País
Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, considera sensível e preocupante a atual situação do abastecimento de água no Brasil. Ainda que exista uma expectativa de chuva para os próximos dez dias na região Sudeste, onde os níveis dos reservatórios são os mais baixos, o diagnóstico segue bastante preocupante. Nunca se viu, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, uma seca tão grande nos últimos 84 anos.
A situação foi debatida em reunião da ministra do Meio Ambiente com outros ministros, realizada nessa sexta-feira, dia 23 de janeiro, ocasião em que se debateu a situação dos reservatórios de água e a previsão de chuvas.
A promessa do Governo para tentar aliviar a situação é fazer mais parcerias com os estados, criando uma campanha de conscientização para que a população passe a poupar água. Para a ministra Izabelle Teixeira, é necessário que a crise seja acompanhada até o final do período de chuvas. Além disso, ela adiantou que o Ministério do Meio Ambiente vai criar uma ação mais incisiva, pedindo a colaboração das pessoas.
Reuniões com os técnicos do governo são realizadas semanalmente para debater o tema, mas nessa sexta-feira, a discussão foi ampliada com a participação de representantes de sete ministérios para nivelar a informação do que está ocorrendo. Estiveram presentes o titular da Casa Civil (Aloizio Mercadante), de Minas e Energia (Eduardo Braga), da Integração Nacional (Gilberto Occhi), do Desenvolvimento Agrário (Patrus Ananias) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Tereza Campello).
“Ano passado, estávamos operando abaixo da mínima histórica. Agora nós estamos operando abaixo do ano passado. Está tendo uma vazão afluente muito aquém do que já foi registrado numa série histórica desde 1930”, informou Izabella Teixeira. Segundo a ministra, além da participação dos ministros na reunião, representantes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, de órgãos meteorológicos e da Agência Nacional de Águas estiveram presentes.
A partir de análises, foi possível prever um cenário de chuvas para os próximos dias, algo que não passa de uma perspectiva, portanto não foi possível definir volume de água que seria armazenada e se as chuvas melhorariam, efetivamente, os níveis de abastecimento.
O monitoramento de dados continuará ocorrendo, e o Governo Federal apoiará estados e municípios, acompanhando as demandas do mesmo, uma vez que o abastecimento da população não é competência do Poder Executivo Federal. As parceria, segundo a ministra, dependerá do que os estados apresentarem como medidas emergenciais estruturantes. “Estamos apoiando o financiamento. Pode ter medidas emergenciais, por exemplo, como mudança de pontos de captação [de água] em rios para poder assegurar o abastecimento em municípios que captam diretamente, e isso requer financiamento de curto prazo muitas vezes. O governo poderá apoiar nesse sentido”, disse ela.
Além do esforço dos governos, haverá uma campanha sobre o uso correto da água, a qual já está em discussão na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. “Viremos, sim, com informação, pedindo apoio da população. O Ministério do Meio Ambiente entrará com a proposta de trabalhar cada vez mais de racionalização do uso da água e Informações ao cidadão brasileiro”, concluiu Izabella Teixeira.
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