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“Só para homens”, por Fátima Rigoni

Sim, hoje meu papo é para os homens!

Vejamos, em algum momento da sua vida, você ouviu receitas e conselhos de como ser homem ou como ser mais homem, apesar de que, algumas das atitudes aconselhadas, na verdade, só o diminuiria como ser humano? Ser homem é, antes de mais nada, ser humano. A questão que quero abordar hoje é muito séria e é sobre “ser homem”.

Desde cedo, o homem tem que ser corajoso, viril, forte, não pode chorar, etc. De uma certa forma, a sociedade o coloca como líder e até o evidencia na responsabilidade sobre a família. Já a mulher, desde cedo, é educada para ser frágil, jeitosa, virtuosa, quieta, mãe e dona de casa dedicada, etc. Essa desigualdade na educação que a família e a sociedade compartilham trazem consequências. É muito comum o homem se achar melhor e com mais direitos do que a mulher. Você deve ter ouvido que, no Brasil, foram registrados seis feminicídios por hora em 2024. O feminicídio é todo homicídio praticado contra a mulher por razões da condição do gênero feminino e em decorrência da violência doméstica e familiar, por menosprezo ou por discriminação à condição de mulher.

Sem falar que o Ministério da Justiça afirma que nosso país registrou nove vítimas de estupro por hora também em 2024. Não era pela idade ou pela roupa que vestiam. Apenas, porque os estupradores se acharam no direito de possuírem “aquele objeto”.

Elas eram mulheres, mulheres como sua mãe, irmã, amiga, esposa, namorada, etc. Poderia ter sido alguma conhecida, até porque todo homem tem uma mulher em sua vida.

De certa forma, o patriarcado e o machismo evidenciam e contribuem para essa violência. Sugiro que, hoje, olhe as mulheres que você ama e reflita como elas se sentem quando ouvem piadas, olham fotos, assistem vídeos, ouvem músicas ou assistem filmes que diminuem e/ou humilham a mulher. Não compartilhe esse tipo de conteúdo e tome uma posição a favor delas. Ensine seus filhos a verem a mulher com respeito. Eduque suas filhas evidenciando as potencialidades das mulheres, as habilidades, a autonomia financeira e profissional, a liderança de si mesma, etc.

Reflitam! Eu sou mãe de uma mulher assassinada por ser mulher em seu próprio lar – local em que ela pensava estar segura. Jamais imaginei que aquele homem acabaria vendo a minha filha como objeto para sua solução financeira. Apenas reflitam!

Mestre em Ciência da Educação; especialista em História e Filosofia da Ciência; especialista em Alfabetização e Letramento; e especialista em Ensino de Artes; Fátima Gusso Rigoni é graduada em Educação Artística; professora com experiência de trinta anos; palestrante; coordenadora e professora de cursos com formação continuada para professores e gestores; autora de livros didáticos e de conto; autora de projetos premiados voltados à Educação; e artista plástica.

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