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“De Oficina em Oficina, o Brasil tem Concerto”, por Mutti Kirinus

No final de janeiro, foi realizada a 42ª Oficina de Música em Curitiba. Uma iniciativa que tem mais de 40 anos e que reúne músicos e estudantes de música do Brasil e do Mundo em torno dos grandes nomes da cena cultural da música brasileira. A continuidade dessa iniciativa vem ao encontro do lema sempre proposto nesta coluna: Cultura não é evento, e sim construção.

Uma iniciativa semelhante a essa foi realizada recentemente em Itapoá: o projeto de Dérico Berté, Itapoá Jazz, trouxe seis grandes nomes do cenário do Jazz para a cidade. Esses músicos, além de demonstrarem sua virtuosidade no palco, ofereceram um workshop para os músicos e estudantes de música da nossa querida cidade.

Ações culturais nesse formato trazem muito mais benefícios para a cena cultural de uma cidade do que grandes shows de artistas que estão na mídia, e isso se deve por vários motivos. O principal deles é a continuidade e repetição da ação que promove a formação de plateia, aprimoramento profissional e oxigenação da cena musical.

Em breve, teremos mais uma iniciativa semelhante, desta vez voltada para o gênero musical brasileiro conhecido como choro. O projeto do proponente Nicolau Schmidt, “Reinventando a Roda”, vai oportunizar, após uma oficina, a possibilidade de músicos e estudantes de música participarem de uma roda de choro como acontecia tradicionalmente, acompanhado dos professores e músicos contratados para tal fim.

As três iniciativas devem a sua possibilidade de realização à lei Rouanet de Incentivo à Cultura. Essa lei foi, por muito tempo, demonizada através de “fake news”, como sendo algo que apenas promovia e enriquecia grandes artistas. No entanto, a Oficina de Música de Curitiba e inúmeros outros projetos são prova de que isso não tem fundamento, pois foi uma tentativa de sabotar a cultura do país através de uma extensa campanha de desinformação.

E é claro que essas ações geram concertos por todo o país. E se a cultura é ferramenta de transformação social, elas também promovem o conserto de muitas de nossas mazelas.

Helmuth A. Kirinus é mestre em Filosofia pela UFPR, formado em gestão cultural e músico. Atualmente coordena 8 projetos via lei Rouanet de incentivo à cultura e 4 via Sistema Municipal de Desenvolvimento da Cultura de Joinville. É professor de violão e coordenador da Escola de Música Tocando em Frente em Itapoá. Atua também como representante técnico do setor Comunicação e Cultura dos projetos do Ampliar pelo Porto Itapoá.

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