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“O Natal também pode ser um renascer”, por Fátima Rigoni

Se tem uma dia mais importante e comemorado para os cristãos que o Natal, desconheço. Acredita-se que essa data sempre existiu, mas não é verdade. A celebração natalina tem suas raízes em festas pagãs: os romanos celebravam a chegada do inverno, porém, a partir do século IV, a festividade foi oficializada como o Natal que conhecemos hoje. Como não se sabe, ao certo, a data do nascimento de Cristo, foi uma forma de comemorar a sua chegada. A escolha do dia foi ratificada em 350 d.C pelo Papa Júlio I (337-352).

Nesta data, muitos sentimentos afloram, como por exemplo, a solidariedade aos necessitados, a generosidade, a empatia e as saudades daqueles que amamos e já se foram ou estão distantes. Tenho uma experiência para contar a vocês sobre isso. De 2021 pra cá, perdi muitas pessoas que amo. A COVID, outras doenças e o feminicídio foram as causas dessas perdas muito caras para mim: meu marido, minha mãe, uma prima que era como irmã e minha filha. No Natal passado, preferi passar dentro da igreja e foi muito bom, mas a vida nos chama a viver, a refletir sobre ela e novos sentimentos aparecem.

Concluindo, sabendo que a palavra Natal significa nascer e Natal de Cristo é a comemoração de seu nascimento, resolvi renascer, comemorar o nascimento de JC, agradecer todos os natais que passei com os meus entes queridos que se foram e viver intensamente com aqueles que estão presentes. Uma forma também de homenagear minha filha, que preparava a festa, ficava atenta aos detalhes e cuidava de tudo com tanto esmero. Sem dizer que nos provocava o mês inteiro com o cardápio, presentes e decoração, todos tinham que auxiliar.

Então, montarei um presépio, símbolo do contexto em que JC nasceu (o primeiro foi feito por Francisco de Assis). Também enfeitarei a árvore de Natal – de acordo com registros históricos, o padre alemão Martinho Lutero (1483-1546), foi o primeiro a montar uma. Não esquecerei da Estrela na sala (a Estrela de Natal, que guiou os Três Reis Magos até o local onde Jesus nasceu).

Não sou boa cozinheira, mas farei uma ceia, a melhor que eu puder, porque a ceia de Natal (originalmente iniciada na Europa, e o costume do peru à mesa, dos EUA), servida à meia-noite, simboliza a confraternização e a união entre as famílias. A comunhão com meus filhos e netos, a alegria e o amor expresso nos olhares, abraços e sorrisos estarão conectados e interligados com todos os que amo, estando presentes ou não.

Assim, desejo um Feliz Natal, repleto de graças, amor e gratidão para todos vocês que acompanharam meus textos neste ano, neste jornal.

Mestre em Ciência da Educação; especialista em História e Filosofia da Ciência; especialista em Alfabetização e Letramento; e especialista em Ensino de Artes; Fátima Gusso Rigoni é graduada em Educação Artística; professora com experiência de trinta anos; palestrante; coordenadora e professora de cursos com formação continuada para professores e gestores; autora de livros didáticos e de conto; autora de projetos premiados voltados à Educação; e artista plástica.

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