“Na segurança do lar e contra a violência psicológica, ‘se mete a colher”, por Fátima Rigoni
Hoje, escolhi falar sobre um dos elementos da violência doméstica contra a mulher: a violência psicológica. Estamos acostumados a ouvir sobre o assunto e, de tanto ouvi-lo e lê-lo, tornou-se um tema comum. Não deixemos que isso aconteça, pois a violência psicológica ocorre nos lares de forma discreta e, quase sempre, em silêncio, mas ela é grave e a porta de entrada para outros abusos. Sempre está atrelada à manipulação que, como consequência, provocará em sua vítima, dependência emocional, ansiedade, baixa autoestima, depressão, danos alimentares, insônia e outros problemas de saúde, como úlceras. Começa quase sempre com rejeições afetivas, gritos e acusações, culpando a vítima por alguma coisa ou acontecido.
Sabe-se que, de acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
Na maioria das vezes, a mulher está tão envolvida na relação que não percebe essa violência contra ela. Achará normal o que está acontecendo. Mas ela própria, como vítima, vai perdendo sua essência, e ficará em permanente tensão. Começará a medir suas palavras e ações diante do agressor. O isolamento é outra etapa da violência: a pessoa agredida se isola da família e dos amigos. Os gritos do abusador com palavras ou ações não físicas se tornam frequentes e desequilibram a mulher emocionalmente. Acusações como louca e outros adjetivos pejorativos acompanham a manipulação à vítima, causando danos emocionais a ponto de ela começar a acreditar que é a culpada pelas agressões que sofre.
O primeiro passo para sair dessa relação é identificar a violência contra si. Não é fácil e nem comum isso acontecer, pois a dependência emocional é um dos primeiros danos causados pelo abusador. Portanto, se você conhece ou vier a conhecer alguém nessas condições, mostre o texto e questione a vítima para que ela perceba o que está ocorrendo. Não julgue e respeite o ritmo da pessoa. Não desqualifique o seu companheiro, mas ajude-a com informações sobre o assunto e não a deixe desamparada. Ligue 180.
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