“Relacionar-se…”, por Jô Ribas
Você já parou para pensar que tudo, ou absolutamente quase tudo, decorre de relacionamentos?
Os bebês, ao balbuciarem os primeiros sons, sabem que através dessa comunicação receberão alimento, colo ou banho, pois seus pais entendem aquela linguagem e prontamente atenderão a tal necessidade.
A comunicação e os relacionamentos se intensificam ao formar novas palavras, ler e contar histórias, falar e ser ouvido, sentir e poder se expressar. Essa é a magia da comunicação! Através dela, passamos a existir como pessoas que se expressam.
E é exatamente aí que as coisas se complicam. Nossos primeiros relacionamentos são estabelecidos dentro do âmbito familiar, no qual obtemos a maior parte das referências, valores e princípios. É um verdadeiro legado e, talvez, o mais importante, pois nos prepara para encarar o mundo faticamente.
No decorrer da nossa vida, relacionamo-nos com vários tipos e grupos de pessoas, cada qual com a sua história e um trajeto percorrido. Algumas são fáceis de conviver. Já outras, são difíceis de lidar. Algumas tem cicatrizes emocionais e são carentes ou inseguras. Outras, ainda, são soberbas e donas de si.
E aqui se desvela o desafio: relacionar-se com todos, mas acima de tudo, relacionar-se com amor. Sim, essa é a maior lei e talvez a mais difícil, amar aos outros.
Digo e repito: é fácil amar um familiar que nos é querido – um irmão, mãe ou pai, filhos e avós. Pois são sangue do nosso sangue e fomos criados com as mesmas crenças, educação, visão do todo e no mesmo ambiente. Mas por que, então, vemos tantos relacionamentos familiares destruídos e desestabilizados? Eis a resposta: faltou amor! Não houve o comprometimento e a sinceridade suficiente para cultivar o amor verdadeiro. Não houve a intenção de envolvimento profundo.
Em todos os relacionamentos, é necessário se esforçar. Escolher a verdade, dita em amor, ao invés do silêncio e da acusação. Esses comportamentos criam uma barreira e geram o medo, que impedem a boa comunicação e, consequentemente, a resolução de problemas.
Acredito que aí esteja a resposta de tantos relacionamentos superficiais e descartáveis, tão presente nos dias atuais. Ninguém mais se importa realmente com o outro, não há gentileza nem intenção de ajudar, não há a intenção de envolver-se e, cada vez mais, vemos pessoas solitárias convivendo em ambientes sufocantes e falsos, mantendo relacionamentos tóxicos e altamente prejudiciais.
É necessário, urgentemente, resgatar a franqueza e a intimidade, valorizar a sinceridade e não a bajulação, atravessar e enfrentar os obstáculos com o amor altruísta e verdadeiro.
Para isso, é imprescindível o desenvolvimento da humildade que constrói pontes, pois ela nos leva a pensar nos outros e servir aos outros com cortesia, respeitando as diferenças e peculiaridades de cada um.
Devemos, também, ser pacientes com as fraquezas alheias, para que haja uma convivência harmônica, pois os relacionamentos são uma grande oportunidade de crescimento e um verdadeiro teste do amor.
Que tal investir mais tempo e dedicação aos seus relacionamentos?
O respeito, a tolerância e a empatia são palavras-chave para qualquer tipo de relacionamento.
Sendo assim, esteja aberto para partilhar sentimentos verdadeiros, incentivar e apoiar o outro, conhecer a sua história, promovendo a segurança através do amor e do afeto genuíno.
Lembrando que a questão em jogo não é a nossa própria conveniência. Estamos falando de amor. E amor é algo que fazemos pelo outro e não por nós mesmos.
Ressalto que todo o tipo de relacionamento é um aprendizado para a sua vida. Alguns são mais agradáveis do que outros, mas todos nos ensinam alguma lição.
Receba todas as aulas com amor. Relacione-se com amor!
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