“Progresso Humano ou Material”, por Mutti Kirinus
Uma reflexão crítica da sociedade irá constatar que o avanço tecnológico e material da sociedade não corresponde proporcionalmente ao seu avanço humanístico. Ou seja, os avanços e bens culturais não são distribuídos de modo a proporcionar uma compreensão de universalidade, uma ampliação da consciência que gere empatia e proporcione maior igualdade e cooperação. Se medirmos os avanços materiais e tecnológicos já conquistados, a pobreza, a miséria, a guerra e a fome seriam extintas do planeta há muito tempo.
Caso esse avanço humanístico tivesse sido conquistado juntamente com o outro, ideologias de extrema direita que valorizam a competição no lugar da cooperação, a exclusão no lugar da inclusão, a segmentação, o ódio e o preconceito, também não teriam lugar nos dias de hoje.
Retornaremos sempre ao tema da educação. Parafraseando Shiller, seria necessária uma educação estética (e filosófica) do homem no lugar de uma educação apenas funcional de mão de obra, especializada ou não, para uma mudança verdadeira de consciência. Isso seria possível com o aumento curricular da carga horária das matérias que propiciam a reflexão, sensibilidade e consciência crítica como a Filosofia, Artes e Literatura. No entanto, o que vemos normalmente é a manutenção das poucas horas ou até sua diminuição e exclusão de disciplinas importantes como essas.
Ao lado da educação básica e do ensino médio mais humanísticos, que teria um maior alcance para as gerações futuras, é necessário também a criação e manutenção de atividades artísticas e culturais na sociedade. Somente a democratização de acesso à cultura via educação ou investimentos em atividades culturais de qualidade podem proporcionar a transformação da sociedade em um cenário de troca, cooperação e paz.
Vemos hoje nossa cidade de Itapoá crescendo a passos rápidos em número de habitantes, economicamente e em prestações de serviços. Esse progresso precisa vir com o aumento das atividades de democratização de acesso à cultura, sob o risco de, sem ele, aumentar juntamente com a cidade, as mazelas já conhecidas dos grandes centros urbanos.
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