Momento exige que população continue tomando todos os cuidados relacionados à covid-19

Em março de 2020, foi registrado o primeiro caso de covid-19 no Brasil. De lá para cá, a doença causada pelo novo coronavírus atingiu um primeiro pico, teve uma pequena redução e uma nova alta ainda maior, que culminou com números recordes de contaminações e mortes nos primeiros meses deste ano de 2021.

A sensação que se tem, recentemente, talvez porque nos acostumamos com a situação, é que a pandemia esteja sob controle. Definitivamente, há vários motivos para cravar que, infelizmente, ainda não é o caso no país. Após uma fase bastante complicada, a qual muitos consideram ter sido uma segunda onda da doença, os números se estabilizaram. Essa estabilidade pode dar a falsa impressão de controle, já que o cenário vinha de fortes altas antes disso. Porém, essa estabilização ocorreu em um patamar muito alto no número de casos e de mortes pela doença, não havendo quedas significativas até agora. Preocupa, sobretudo, uma suposta terceira onda, que partiria de um patamar muito alto (considerando a média atual que é de quase 2 mil mortes diárias enquanto fechávamos esta matéria).

Em meados de março e de abril, o Brasil viveu o seu pior momento na pandemia, quando o sistema de saúde colapsou e centenas de pessoas, muitas em estado grave, ficaram na espera de leitos que em muitos casos sequer surgiram a tempo de evitar o pior. Esses leitos, em sua maioria, estão nos grandes centros urbanos, mas a superlotação deles afeta, sobretudo, cidades pequenas das quais o atendimento hospitalar de maior complexidade depende dos municípios mais populosos. É o caso de Itapoá e Garuva, por exemplo, que encaminham seus pacientes mais graves, num primeiro momento, à cidade de Joinville.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, em Itapoá, essa situação de sobrecarga hospitalar, trouxe vários problemas. Ocorre que não só em Santa Catarina, mas em todo o país, os serviços de saúde viveram um momento em que a falta de vagas foi apenas um dos obstáculos, já que também havia a ausência no fornecimento de alguns insumos e de profissionais disponíveis. Devido à superlotação dos hospitais, alguns pacientes itapoaenses precisaram permanecer no PA (Pronto Atendimento) 24 Horas da cidade por tempo que chegou a superar as 72 horas. Um deles, infelizmente, veio a óbito, sem que houvesse disponibilidade de leitos para sua transferência a uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

É preciso lembrar que, embora as coisas pareçam um pouco mais calmas do que há um ou dois meses atrás, o número de casos ativos em Itapoá é alto. No fechamento dessa matéria, dia 13 de maio, o boletim epidemiológico apontava para 78 casos ativos. “Esses pacientes estão em isolamento domiciliar, na fase de transmissão da doença. As recomendações são as mesmas desde o início. Devemos permanecer com o uso de máscara, usar álcool gel para higienizar as mãos, manter o distanciamento, evitar aglomerações e, a qualquer sintoma gripal, buscar o PA 24 Horas, onde está localizado o atendimento para covid-19”, alerta Danuska Matos Rodrigues da Silva Boldori, enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Itapoá. Ela lembra, ainda, que apesar do número significativo de pessoas imunizadas, ainda é cedo para abrir mãos dos cuidados, considerando que o imunobiológico não garante que as pessoas não possam adquirir a doença e a resposta imunológica da vacina depende do organismo da pessoa e da eficiência da vacina, que não é de 100% em nenhuma das composições disponíveis até o momento.

Do jornal impresso Itapoá Notícias, com adaptação da Tribuna de Itapoá. FOTO: Agência Brasil / Divulgação.