“A Arte Reeduca”, por Mutti Kirinus
A necessidade de uma reeducação é algo sintomático. Mostra que, em algum momento, nossa educação falhou e necessitamos nos educar novamente. Não me refiro ao aprimoramento constante de nossa personalidade que todo ser humano deve exercitar. A sociedade falha em temas elementares que tomamos conhecimento somente quando em contato com uma arte ou algum profissional especializado naquele tema, ou quando essa falha começa a nos causar algum dano.
Explico: quando alguém entra em contato com aulas de canto, descobre, às vezes já bem tarde, que respira de forma incorreta ou pelo menos não eficaz. Quando se faz aula de piano, se aprende a sentar corretamente; aulas de dança reeducam nossa postura; aulas de música, nossa capacidade de concentração e de superação; as práticas em conjunto, nossa capacidade de cooperação e empatia. A arte de modo geral aumenta nossa sensibilidade, auto estima, perseverança, etc.
A sociedade de consumo guiada apenas pelo interesse comercial e sem um alicerce em valores permanentes nos desensina muita coisa. Nos desensinam a nos relacionar com quem pensa diferente de nós, a nos alimentar, a respirar, a ficar em pé, a ficar sentado, a dormir, etc. Ou seja, é surpreendente como nossa educação não deu conta de coisas elementares, tanto no plano físico, psicológico e de relacionamento.
Por outro lado, a prática de alguma atividade artística, que deveria ser prioridade na educação formal, assim como refletir e interpretar, pode suprir essa falta e impulsionar o ser humano no sentido positivo. No entanto, para isso, é necessário mais e mais atividades de ensino de qualidade das artes de forma gratuita para a população. No setor cultural, isso se chama democratização de acesso à cultura. Esse é o vetor principal por onde direcionamos nossos esforços nos projetos promovidos pela Escola de Música Tocando em Frente.
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