“Vacina, SIM!”, por Thiago Gusso

Quando um vírus invade o nosso organismo pela primeira vez, a chance de ficarmos doentes é bastante grande, isso porque, nesse primeiro contágio, nosso organismo não consegue criar anticorpos para aquele invasor rápido o suficiente para evitar esse adoecimento. O sistema imunológico nunca viu e não conhece aquele agente. Mas quando esse mesmo vírus invade seu organismo novamente, a história é diferente, já que a partir daí, seu corpo possui algumas células de defesas preparadas e alguns anticorpos prontos. Dessa forma, ele vai produzir mais células e anticorpos rapidamente, conseguindo eliminar o vírus invasor e evitando que você fique doente de novo. É a isso que damos o nome de imunidade.

Mas existe uma forma de sermos imunizados sem precisarmos ficar doentes. Algo que, comprovada e cientificamente, salva a vida de 2 a 3 milhões de pessoas por ano. São as vacinas.

O objetivo das vacinas é ensinar e estimular o nosso sistema imunológico a agir contra um determinado vírus ou micro-organismo. Assim, caso esse vírus nos infecte, o nosso organismo já vai estar preparado para combate-lo, nos protegendo de ficarmos doentes. “De quebra”, quando tomamos uma vacina, protegemos a comunidade toda. Isso, porque para que um vírus possa circular, precisa infectar pessoas suscetíveis, que são justamente as pessoas que não estão imunizadas. Inclusive, é exatamente essa a lógica do novo coronavírus, doença que tem causado tanta agonia e preocupação de um ano para cá. Estamos, quase a totalidade da população, suscetíveis ainda.

Quando a maioria da população é vacinada, essa cadeia de transmissão do vírus é quebrada. Isso faz com que toda a população fique protegida, inclusive quem não pode tomar a vacina por motivos de alergia, saúde, idade entre outros estabelecidos cientificamente. Ou seja, essas pessoas que não podem se vacinar não têm escolha e só estarão protegidas se uma ampla maioria da população fizer sua parte.

Graças às campanhas de vacinação pelo mundo inteiro, várias doenças tiveram seus impactos minimizados e, em alguns casos, até extintos. A varíola, por exemplo, foi erradicada do mundo em 1980, a poliomielite já foi erradicada em muitos países, inclusive no Brasil, que não registra casos da doença desde 1989. Isso são só alguns exemplos do quanto as vacinas salvam vidas há anos. Outro é o caso do sarampo, que em 2016 foi erradicado do Brasil, mas em 2018 o País já registrava novos casos, que vem aumentando desde então. Isso é associado a uma redução da cobertura vacinal das crianças brasileiras juntamente, claro, com os casos da doença importados. Vale frisar que se a maioria da população está vacinada, o vírus que vem de fora não encontra pessoas suscetíveis para circular.

Como toda boa medida de saúde, as vacinas acabam vítimas do próprio sucesso. Com a alta taxa de vacinação da população, muitas doenças que, no passado, eram comuns, hoje não existem mais. Essa diminuição e até a ausência delas trazem uma falsa sensação de segurança, de que talvez as vacinas não sejam tão importantes. Todo mundo conhece alguém que diz que o filho não se vacinou e não ficou doente. Isso acontece porque tem muita gente vacinada, o que bloqueia a transmissão de diversas doenças, especialmente no Brasil, em que apesar de todas as descrenças que tem se criado em cima do assunto, há um programa de imunização que é referência no mundo todo, e gratuito. Mas infelizmente, agora, não só no Brasil, como em todo o mundo, algumas doenças quase erradicadas estão voltando.

Resistir à vacinação – não só contra a covid-19, como de qualquer outro vírus – é colocar a sua vida e de todos ao seu redor em risco. A história e a ciência mostram a importância desse tipo de imunização. Muitos, por ignorância ou inexplicáveis questões ideológicas, preferem dar atenção às inúmeras teorias da conspiração anônimas sobre o tema. Quem perde somos todos nós: os que se imunizam, os que não podem e, inclusive, os que, podendo, decidem não se imunizar.

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Thiagão

Jornalista pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) com pós-graduação em Marketing Empresarial pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), Thiago Gusso já trabalhou em importantes projetos de comunicação de Curitiba (PR) e Itapoá. Atualmente, responde pela Direção do site Tribuna de Itapoá e do jornal impresso Itapoá Notícias, nos quais segue também em sua atuação como jornalista. E-mail: thiago@itapoanoticias.com

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