
Por uma vida com mais tempo e menos ansiedade

Vivemos em um mundo com transformações diárias. Além disso, somos bombardeados por informações a todo momento. Ora, para uma criança, adolescente e até mesmo um adulto, lidar com certas situações e ter a ânsia que tudo dê certo pode se tornar uma tarefa mais complicada.
De acordo com a psicóloga Lilian Ost, especializanda em Terapia Cognitiva Comportamental para Crianças e Adolescentes, é natural do ser humano, a sensação de ansiedade a afim de proteção ou preocupação por conta de algo que está por vir. Afinal, não temos um manual de instruções sobre a vida, somos resultado do que nos foi ensinado, crenças e experiências. “Na infância e adolescência, é comum aparecerem traços ansiosos e normalmente estão relacionados ao processo de aprendizagem de cada fase e idade”, explica a psicóloga. Por exemplo, é normal uma criança ter medo do escuro, de dormir sozinha em torno dos seis anos de idade, assim como também é comum na adolescência, por volta dos 11 ou 12 anos, a ansiedade em relação a provas escolares, entre outros motivos.
No entanto, a psicóloga ressalta que é preciso estar atento na proporção que esse sentimento de ansiedade está interferindo na vida do indivíduo.
É um problema, mas há solução!
Ainda de acordo com a psicóloga, a ansiedade é uma das patologias psiquiátricas mais comuns nas crianças. Cerca de 10% sofre de algum transtorno ansioso, e cinco em cada dez dessas passarão por algum episódio depressivo por causa dele. É necessário estar atento, também, à ansiedade que não chega a ser um transtorno, mas que traz sofrimentos e prejuízos cotidianos, como diminuição da autoestima.
A ansiedade em crianças e adolescentes pode ser resultado de fatores internos ou externos, além disso, há uma avalanche de tecnologias, universo infinito de possibilidades ao mesmo passo que a vida do ser humano se tornou instantânea, onde esperar por algo soa até um tanto estranho. “Temos pais sem tempo e paciência para brincar com seus filhos e ter um momento de qualidade, então suprem as vontades deles com brinquedos e tablets. Isso faz com que a criança tenha baixa tolerância à frustração, pois dentro de casa, suas necessidades eram bem aceitas e resolvidas com rapidez, mas quando ela entende que o mundo não funciona assim, acaba gerando sofrimento e ansiedade” explica.
O tratamento pode ser realizado através de técnicas, brincadeiras, jogos e desenhos, desde que seja acompanhado por um profissional. Com isso, a criança passará a aprender entender suas emoções e como expressá-las. “O envolvimento da família é de extrema importância e os cuidadores da criança são orientados de como proceder. Em alguns casos, é necessário o uso de medicamento associado. Porém, a psicoterapia, em conjunto com a orientação dos pais, normalmente, já dá bons resultados”, finaliza a especialista.
Lilian Ost é psicóloga, especializanda em Terapia Cognitivo Comportamental para Crianças e Adolescentes, e atua no Centro Médico União de Joinville.
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Jornalista pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), já trabalhou em veículos de comunicação em Santos (SP), editoras de revistas de Balneário Camboriú e Itajaí. Atualmente, integra a equipe de jornalismo do site Tribuna de Itapoá e do jornal impresso Itapoá Notícias.
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