Vazamento de petróleo ainda não compromete o abastecimento de água em Itapoá
Em comunicado enviado aos órgãos de imprensa no início da noite desta terça-feira, dia 23 de maio, a Itapoá Saneamento informou que está fazendo o acompanhamento da qualidade da água do rio Saí Mirim, utilizado para o abastecimento do Município. Isso se dá, por causa de um vazamento de petróleo, causado por furto em oleoduto próximo ao km 21 da Rodovia SC-416.
Segundo a empresa de água, uma avaliação prévia realizada na manhã desta terça (23) constatou que o óleo ainda não atingiu o rio. “Técnicos da Itapoá Saneamento continuam fazendo o monitoramento da qualidade e também o acompanhamento dos trabalhos de contenção pela Petrobrás”, explica a concessionária no comunicado. A empresa segue acompanhando a qualidade da água do rio e encaminhará novos comunicados conforme as informações forem sendo atualizadas.
Sobre o vazamento
Considerado de grande proporção pelos profissionais que atuam na solução do problema desde a manhã dessa segunda-feira, dia 22 de maio, o vazamento de petróleo na rede que passa por Itapoá é fruto de furto do produto. Uma ligação clandestina foi feita no oleoduto da Ospar, que sai de São Francisco do Sul, levando petróleo até a refinaria da Repar, que fica em Araucária, na região metropolitana de Curitiba (PR). São 117 quilômetros no total e há um trecho que atravessa a SC-416, em Itapoá. Próximo ao quilômetro 21, cerca de 40 metros distante da Rodovia, uma perfuração foi realizada para conectar a rede a um caminhão tanque. A Polícia Civil foi acionada e já está investigando o crime.
Técnicos da Petrobrás, de órgãos ambientais e profissionais da segurança do Estado estão mobilizados para resolver o problema, que pelo grande número de envolvidos e relatos de moradores daquela região, parece ser bastante complexo.
É a primeira ocorrência do tipo que se tem registro em todo o estado de Santa Catarina, apensar de ser uma prática já conhecida no Brasil, ocorrendo com frequência em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No total dessas práticas criminosas, a Petrobrás estima prejuízo superior a R$ 33 milhões.
A ação de contenção do vazamento teve início após técnicos da Transpetro, que monitoram a rede remotamente e em tempo real por computador, observarem diferenças na pressão do óleo e localizar rapidamente o vazamento, que já foi controlado, com a perfuração do duto fechada.
A Defesa Civil monitora os trabalhos e afirma não haver riscos para a população. A Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) chegaram na tarde desta terça-feira (23) e colaboram com os trabalhos, bem como avaliam a contaminação do solo.
Por se tratar de uma área de banhado, o grande desafio é fazer a raspagem do solo para evitar a contaminação. Barreiras de contenção estão sendo construídas para evitar o avanço do petróleo no solo. Por ser altamente tóxico, já é possível afirmar que haverá danos nos locais atingidos.
A maior preocupação é de que o rio Saí Mirim, que abastece a cidade de Itapoá, seja alcançado. O Ibama considera pequena a chance disso ocorrer, uma vez que ele passa a três quilômetros do local do vazamento. Mesmo assim, equipes atuam em vários pontos da região para conter o produto.
Os trabalhos devem durar mais alguns dias – não há prazo para o encerramento – e ainda não é possível falar no nível de contaminação do solo. Números referentes ao furto também não foram divulgados até o momento.
Se alguém tiver alguma crítica, sugestão ou denúncia de movimentação suspeita, pode encaminhá-la diretamente à Transpetro pelo telefone 168.
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