Pra sempre itapoaense, por Thiago Gusso
Lá se vão quase 20 anos de quando visitei Itapoá pela primeira vez. Era final de ano de 1997. Acesso difícil, estrada de chão, horas para chegar… Sei que os nossos pioneiros viveram dificuldades bem maiores, mas para mim, um pré-adolescente de apenas 13 anos de idade, aquilo tudo parecia demais. “Piá de prédio” da capital paranaense, jamais seria capaz de imaginar a importância que aquele, então, pequeno município litorâneo teria em minha vida 20 anos depois.
Dizem que “a primeira impressão é a que fica”, não é mesmo? Minha relação com Itapoá não foi bem assim. Na virada de ano de 1997 para 1998, minha mãe sofreu um acidente devido à irresponsabilidade de vizinhos que estavam soltando fogos na ocasião. Voltamos para Curitiba com a sensação de alívio e de que aquele veraneio seria nossa única experiência de vida com Itapoá.
Quis Deus, que o Município cruzasse novamente o nosso caminho três anos depois, dessa vez para nunca mais sair de nós. No ano 2000, uma oportunidade de investimento imobiliário, fez com que meu pai adquirisse um terreno aqui, sem outro interesse que não fosse deixá-lo valorizar para posterior venda.
Sob o pretexto de observar e cuidar do imóvel, passamos a visitar Itapoá todos os anos, veraneando no então Condomínio Maringá, localizado no balneário Rainha. Não demorou para que nos apaixonássemos por Itapoá, assim como acontece com muita gente que acaba vindo morar aqui.
Em 2003, após uma invasão do terreno de nossa propriedade, veio a necessidade de nossa família decidir: “vender ou construir?” Vocês devem imaginar a resposta. Passamos a contar com uma casa de veraneio.
Cinco anos depois, em 2008, devido a uma oportunidade de emprego, algo que eu não conseguia em Curitiba, mudei-me para morar em Itapoá. Foi a minha primeira experiência morando sozinho. Aproveitei a casa que meus pais já haviam construído. Faziam 11 anos que conhecíamos o Município, muita coisa havia melhorado em termos de infraestrutura, mas ainda, sim, a Cidade apresentava muitas dificuldades para quem era acostumado a viver em “cidade grande”. Não foi fácil, mas consegui me adaptar ao novo estilo de vida e passei a desenvolver minha carreira jornalística no site Diário de Itapoá a partir de 2009, veículo que me abriu outras portas no decorrer dos anos. Apesar de ter me formado jornalista anos antes, em 2006, a grande Curitiba jamais tinha me dado tamanha oportunidade, mesmo com intensa procura por lá.
Em 2011, algumas questões pessoais aliadas com oportunidade de emprego na capital paranaense me levaram de novo para lá. Eu não consegui mais me acostumar. Os 23 anos de vida na minha cidade natal já não faziam mais sentido, quando comparado à intensidade dos três anos vividos na pacata Itapoá.
Foram três anos bastante difíceis em Curitiba, até que questões pessoais aliadas a uma possível transferência de trabalho, fizeram-me voltar para a “Minha Cidade”, o lugar que eu amo e que me deu tantas alegrias: Itapoá. Tenho orgulho em ser itapoaense de coração. Itapoá me adotou e eu adotei Itapoá.
Desde os primeiros dias de 2015, cá estou, entre um projeto e outro, aproveitando essa dádiva que é viver aqui.
Resolvi contar um pouquinho da minha história com Itapoá, para lembrar que esta cidade é feita de milhares de outras histórias como a minha, como a sua, como a de todos os itapoaenses.
Parabenizando Itapoá e seus cidadãos pelos 28 anos de emancipação político-administrativa comemorada neste dia 26 de abril, agradeço a Deus por ter trazido a mim e minha família para cá, bem como a cada um de vocês, leitores, pela consideração com o nosso trabalho. Sem vocês, eu não estaria vivendo este “sonho” que é estar aqui.
Muito, muito obrigado!
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