Reformas a Temer, por Thiago Gusso
É indiscutível a ideia de que o Brasil precisa de reformas para que volte a crescer, gerar empregos e renda a todos os brasileiros, mas concordar que as mudanças precisam ser exatamente como o Governo Federal sugere é absurdo. É incompreensível que a reforma política não esteja no pacote de reformas.
Após aprovar com muita facilidade a PEC do Teto dos Gastos, que compromete os investimentos nos serviços primários (como Educação e Saúde) por 20 anos, mas nem cogita mexer nas regalias dos Poderes e tampouco auditar os juros da dívida pública, Michel Temer já articula no Congresso, a tramitação da Reforma da Previdência, enviada no ano passado (2016). Com recordes de gastos em propaganda (mesmo alegando tanta crise), o Governo tenta nos convencer de que não há outro caminho a não ser que abramos mão do nosso direito de se aposentar. Sim, porque o formato proposto é trabalhar até a morte para boa parte dos brasileiros. Se aposentar será um privilégio de poucos, mas todos os trabalhadores continuarão obrigados a descontar um valor considerável de seus salários para que seja destinado à Previdência. Nem poderia ser diferente, pois a ausência desses descontos colocaria o sistema previdenciário em caos. O problema é que o Governo falha e sempre falhou muito na gestão desse recurso que recolhemos mensalmente (assim como na de todos os outros recursos). Ao invés de propor uma reforma na gestão, prefere punir os milhões de brasileiros que estão trabalhando exaustivamente para tirar o País da crise em que o próprio Governo, com sua irresponsabilidade, nos colocou. E pouco importa se foi esse, aquele ou o outro partido político que estava no Poder. Há muito tempo, não se governa sem o apoio dos outros poderes constituídos e, assim sendo, qualquer que tenha sido os desfechos das ações governamentais, todos os políticos são responsáveis (oposição ou situação).
Mas não é só isso, a proposta de reforma trabalhista também tende a retirar direitos dos trabalhadores. Mais uma vez, o Governo prefere passar por cima de direitos fundamentais adquiridos no decorrer dos anos, à base de muita luta. Mais uma vez, não se cogita mexer nos direitos dos políticos, que não são poucos.
Há também a reforma do Ensino Médio, que o Governo propaga (e muito) como sendo a solução para os problemas relacionados ao Ensino e ao mercado de trabalho, mas não deixa claro que as vagas dos novos ensinos técnicos e integrais serão insuficientes e que, apesar de serem ofertados currículos disciplinares diferenciados para que o aluno possa escolher aquele que mais lhe interessa, a maioria das escolas contarão com apenas um currículo, deixando os alunos sem opção (e com menos disciplinas do que as ofertadas até então). Não vejo com bons olhos, o fato de o Governo cortar investimentos e mudar o currículo do Ensino Médio, alegando melhoria. Não se melhora sem investimento e/ou mudança de gestão.
Com essas propostas impopulares que o Governo apresenta e com os parlamentares que nos representam no Congresso, algo me parece certo: temos muito a Temer.
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