A pressa inimiga da perfeição, por Thiago Gusso
Entre os temas que abordei na coluna publicada aqui na Tribuna de Itapoá dia 1º de janeiro, estavam algumas inaugurações que a administração municipal anterior de Itapoá (do Prefeito Sérgio Aguiar) realizou no fim de sua gestão.
Eu sempre soube que se trata de uma prática comum de todos os poderes, gestões e esferas, só não imaginava que mais um indício dessa prática, na maioria das vezes prejudicial à população, viria à tona. Sim, porque cerca de um mês depois de escrever aquela coluna, no último dia 31 de janeiro de 2017, a Câmara de Vereadores de Itapoá emitiu uma nota em seu site institucional, dando conta de que a “má execução do projeto da Sede da Câmara, com o subdimensionamento das calhas e do telhado inadequado, em que não suporta dar vazão para os intensos volumes pluviais registrados especialmente nos últimos dias” somada à “falta de manutenção adequada do prédio” estão ocasionando diversas infiltrações e alagamentos.
Tá! Mas o que uma coisa tem a ver com a outra?
Explico: a nova e atual sede da Câmara de Vereadores de Itapoá é um projeto e vontade antiga de alguns vereadores. Começou com o vereador Barracão, que na presidência da Casa negociou a doação do terreno para a construção e encomendou os primeiros projetos. A intenção, claro, era que ele próprio estivesse à frente do Poder Legislativo no ato da inauguração, mas após seus dois anos tocando o projeto (2009 e 2010), pouco ou quase nada havia avançado em relação à construção. Parte em função da complexidade de uma obra nesses moldes e outra parte em função da burocracia existente em processos como esse. Restou, além do terreno doado, uma economia de recursos, que mais tarde ajudou na construção do atual prédio. Eis que Daniel Silvano Weber assume a Presidência da Casa para o biênio 2011 e 2012, tendo como uma de suas principais metas, a inauguração da nova sede da Câmara. Mais uma vez, as coisas não correram como o esperado. Problemas com o contrato administrativo, com a fiscalização das obras e necessidade de alteração do projeto arquitetônico adiaram novamente os planos de inauguração. É aí, que o então vereador Osni Ocker assume a Presidência do Poder Legislativo Municipal em 2013 e consegue a tão sonhada inauguração da nova sede, mesmo com diversos problemas estruturais amplamente divulgados pela imprensa à época. E esses problemas estruturais nunca deixaram de incomodar.
A verdade é que em todo esse tempo, a grande preocupação dos gestores, em primeiro lugar, era conseguir inaugurar o novo espaço em suas gestões e poder contar com os seus nomes em destaque nas “placas”. Sorte de Osni Ocker, que garantiu o feito. Todo o resto, em se falando de nova sede, acabava ficando em segundo plano. E, por isso, tantos problemas, que se agravaram até chegar na situação precária de infraestrutura relatada pela atual Mesa Diretora no site da Câmara. Provavelmente, mais uma vez, quem pagará o pato seremos nós, população.
Há um ditado que volta e meia faz muito sentido. “A pressa é inimiga da perfeição” e, nesse caso, ao meu ver, “cai como uma luva”.
Espero que possamos ver obras com mais responsabilidade e com menos pressa daqui para a frente.
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