Exposição sobre o Plano Diretor gera início de tumulto na Câmara
Em reunião ordinária da Câmara de Vereadores de Itapoá, realizada na noite dessa segunda-feira, dia 04 de maio, o secretário municipal de Planejamento e Urbanismo de Itapoá, Márcio Gonzatto, expôs, no Plenário da Casa, algumas considerações sobre o Plano Diretor da Cidade, que deve dar entrada no Poder Legislativo Municipal dentro dos próximos dias. Ele citou o atentado sofrido pela Vereadora Márcia Regina Eggert Soares (PSDB), criticando a vinculação que ela fez do crime ao fato de o Plano Diretor de Itapoá supostamente ter dado entrada na Câmara no mesmo dia do fato – o que não se confirmou. Ele também explicou que o fato de o Porto Itapoá contratar a empresa para realizar estudos acerca do Plano Diretor não configura nenhuma ilegalidade, tal como supõe a Vereadora da oposição. Inclusive, uma denúncia a respeito do tema já havia sido feita ao Ministério Público, que não encontrou irregularidades nessa questão. Em seguida, Gonzatto explicou que várias reuniões sobre o tema têm sido realizadas junto à comunidade desde 2013 e que todo o material colhido nessas reuniões estará à disposição dos vereadores para uma melhor análise do que será apreciado e votado sobre o tema.
Por fim, o secretário municipal de Planejamento, aparentemente ofendido pelas manifestações que a Vereadora fez à imprensa, laçou um desafio a ela. “Como pode, ela [Vereadora Márcia] vincular que um atentado realizado contra a sua residência possa ter relação com o Plano Diretor, que mesmo, sequer, ainda, foi enviado à Câmara de Vereadores para apreciação? Como pode ela afirmar, com tanta certeza em suas declarações para o Itapoá Notícias [site Itapoá.com] e o [site] Diário de Itapoá, se não há ainda nem as minutas das leis que serão propostas? Assim, como presidente do Núcleo Gestor do Processo de Revisão do Plano Diretor Municipal, proponho um desafio à Vereadora Márcia, para que confirme se realmente acusou ao Porto Itapoá e a minha pessoa de ter vínculo com o atentado sofrido ou, então, de se retratar pessoalmente, pois não fazendo, estará confirmando a posição”, concluiu.
A Vereadora, então, pediu “uma questão de ordem” para responder imediatamente ao secretário. Tal solicitação não foi autorizada pelo Presidente da Câmara, o vereador Daniel Silvano Weber (PMDB) sob a alegação de que ela poderia utilizá-la posteriormente em seu espaço regimental. Mas a Vereadora não se conteve com o argumento e continuou a falar. Imediatamente, o presidente sinalizou pelo corte do microfone dela, o que gerou uma discussão mais acalorada entre os dois vereadores. Mesmo com o microfone cortado, os presentes podiam ouvir os gritos da Vereadora, que foram rebatidos com a voz alterada do Presidente da Casa, dizendo que não tinha autorizado a palavra dela “Eu não lhe cedi a palavra. A senhora terá o seu direito posteriormente”, dizia ele de forma mais áspera. “Peço a vossa excelência, deixar o secretário concluir e, posteriormente, vossa excelência usará a palavra”, solicitou, antes de tocar a campainha para que a ordem fosse restabelecida.
Por fim, o secretário Márcio Gonzatto disse ter se sentido obrigado a fazer o relato sobre os fatos, visto que considerou que as acusações da vereadora o atingiram diretamente.
Em seguida, foi concedida a palavra à Vereadora Márcia, que iniciou acusando o Presidente da Câmara. “Apesar de Vossa Excelência ter rasgado o regimento interno [da Câmara] mais uma vez, estarei utilizando a palavra”. “É a opinião da vossa excelência, com a qual não concordo. Só para o registro da Vereadora, quem disciplina os debates desta Casa, pelo nosso regimento, é o presidente da Casa. Vossa Excelência, com certeza, sabe disso”, rebateu Daniel Weber. “Vossa excelência desrespeita o regimento interno. Já errou no início do mandato e continua errando, infelizmente”, acusou ela.
Após a rodada de acusações, a Vereadora agradeceu a Deus pela sua segurança e de sua família. Ela relatou, detalhadamente, a situação vivida no dia 27 de abril, quando após a reunião da Câmara, sofreu o que classifica como uma tentativa de assassinato. Então, voltou a frisar que foi eleita como oposição ao Poder Executivo Municipal e, assim sendo, continuará com suas críticas ao Governo. Disse que, certamente, o maior projeto atualmente é o Plano Diretor Municipal, o qual mexe com muitos interesses financeiros e, em especial, os ligados ao ramo imobiliário. Contou que está preocupada com a possibilidade de tal plano não atender aos reais anseios da população e, por isso, pretende fazer uma minuciosa análise, questionando cada ponto que considerar divergente desse posicionamento pelo coletivo. Reforçou que acredita ter sofrido o atentado em questão por esse motivo. “Áreas com valores de até R$ 10 o metro quadrado poderão passar a serem negociadas por até R$ 50, 60, 70 o metro quadrado. Há um movimento de compra de áreas rurais, já com a certeza de que serão convertidas em áreas retroportuárias, o que não é verdade, pois tal medida dependerá do interesse da população”, exemplifica.
Por fim, a Vereadora falou que já vem sendo atacada por essa postura, recentemente, na rede social Facebook, bem como com panfletagem na Escola Nereu Ramos e, agora, com o atentado contra a sua família.
Por fim, o presidente da Câmara, vereador Daniel Silvano Weber, foi quem fez o uso da palavra. Após cumprimentar a todos, ele disse conviver com a vereadora Márcia no terceiro mandado e que repudia qualquer ato de violência, mas considera inadmissível que o grupo político contrário a ela seja acusado dessa barbárie ocorrida no último dia 27 de abril. “A vereadora, por nos conhecer e saber quem somos, não só eu na qualidade de Presidente da Câmara, mas também o Prefeito Sérgio, por ela ter sido sua secretária em gestão anterior, ela devia saber que, de forma alguma, iria sair de nós tal gesto para amedrontá-la em suas posições. Repudio, não somente o ataque, mas o que a Vereadora colocou na imprensa, colocando todos nós como marginais”, concluiu o presidente da Câmara, que encerrou a reunião ordinária após a sua fala.
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Mas, isso pode mudar! Você morador de Itapoá transfira seu título para o município, assim mudaremos este cenário, com um voto consciente, tiraremos das mãos ineficientes políticos que insistem em administrar mal “nossos” recursos.