Estado alerta para cuidados contra a dengue e febre chikungunya neste Verão
Nesta época de verão, cresce a preocupação com dengue e febre chikungunya, doenças que são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypt. Nesta época do ano, por diversos motivos, entre os quais a maior ocorrência de chuvas, o calor intenso, a presença de recipientes para o armazenamento de água e o descarte de lixo de forma inadequada, a proliferação do mosquito transmissor dessas doenças aumenta.
Dados da DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina dão conta de que, em 2014, foram registrados 5.291 focos do Aedes no território catarinense, com um aumento na lista de municípios infestados pelo mosquito. Balneário Camboriú, Chapecó, Itajaí, Itapema, Pinhalzinho, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Xaxim são os municípios com o maior número de focos do mosquito Aedes Aegypt no Estado. Somente esses oito são responsáveis por 83,7% de todos os focos registrados em Santa Catarina, totalizando 4.427 deles em 2014. Desses, são 2.686 focos em Chapecó, 527 em São Miguel do Oeste, 296 em Balneário Camboriú e 259 em Itajaí.
Também considerando os dados de 2014, o estado catarinense registrou quatro casos importados da febre do chikungunya, sendo dois na capital Florianópolis, um em Itajaí e um em São Miguel do Oeste. Essas pessoas se infectaram em viagens a Feira de Santana (BA), Porto Rico e Colômbia. Não houve notificação de caso autóctone, ou seja, transmitido dentro do Estado. Em relação à dengue, foram 68 casos confirmados, dos quais 65 importados e três autóctone, todos eles no município de Itajaí. O último caso autóctone foi confirmado neste início de ano [2015] pelo Lacen/SC (Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina). O paciente, residente de Itajaí, provavelmente foi infectado no bairro São Vicente, daquela cidade, localidade onde ocorreram outros casos e com grande número de focos do Aedes Aegypt.
Com a suspeita do caso e a consequente confirmação, ações foram desencadeadas pelo município, a fim bloquear a transmissão. Residências estão sendo visitadas e recebendo aplicação de inseticida com equipamento de UBV (Ultra Baixo Volume), visando a redução da população de mosquitos adultos.
O Governo do Estado de Santa Catarina alerta que, além do risco gerado por esse panorama, o período de veraneio também merece atenção em função do maior fluxo de visitantes, que podem chegar doentes. Dessa forma, o risco de transmissão de dengue e chikungunya é iminente, especialmente nesses municípios considerados infestados e nas cidades turísticas, como Itapoá, por exemplo.
Suzana Zeccer, gerente de Vigilância de Zoonoses e Entomologia da Dive, diz que é fundamental a colaboração da comunidade no combate aos mosquitos, uma vez que a maioria dos criadouros se localiza em residências. “Uma vez por semana, a população pode fazer uma inspeção em suas casas, eliminando recipientes que possam acumular água, como pneus e vasos de plantas. Também é importante manter caixas d’água completamente vedadas, pois são locais frequentes de depósito de ovos do Aedes Aegypti”, salienta.
Confira, abaixo, a explicação da Secretaria de Estado da Saúde de SC sobre as duas doenças e os cuidados que a população deve ter para evita-las:
Sobre a febre do chikungunya
É uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. O início dos sintomas ocorre de 2 a 10 dias após a picada do mosquito, podendo chegar a 12 dias – o chamado período de incubação. Os sintomas são febre de início repentino e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.
Sobre a dengue
É uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti infectado. Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor retro-orbital (atrás dos olhos), e manchas vermelhas na pele.
Pessoas que estiveram nos últimos 12 a 14 dias numa cidade com presença do Aedes Aegypti ou com transmissão da dengue ou chikungunya e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para avaliação.
Orientações para evitar a proliferação do Aedes Aegypti e Aedes Albopictus
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem nenhuma abertura, principalmente as caixas d’água;
• Plantas como Bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
• Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Dê descarga, no mínimo, uma vez por semana em banheiros pouco usados;
• Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
• Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
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