Cadeirante do Pontal conta com a ajuda da comunidade para deixar sua oficina mais acessível
No ano de 2007, Nivaldo Alves Ribeiro, na época com 50 anos de idade (hoje, ele tem 63) saía com sua moto de seu trabalho em Jaraguá do Sul quando há poucos metros de onde trabalhava, foi parado em uma blitz. “Quando, me pararam, eu desliguei a moto e vieram dois policiais, um de cada lado, falar comigo. Eu tirei o capacete e um deles me reconheceu e disse que era uma fiscalização de rotina. Quando ele disse isso, veio um carro em nossa direção. Os policiais saltaram, um para cada lado, e eu como estava com a moto desligada, não tive tempo de reação. Aquele carro veio para cima de mim, bateu e deu chicote no meu pescoço. Deu o chamado trauma raquemedular, que atingiu a medula. Aí eu fui levado para o hospital, fiz cirurgia na cervical, foram colocados parafusos e aquelas coisas todas”, explica Nivaldo, que hoje mora no Pontal, em Itapoá, onde é conhecido como “Gepeto”, em referência ao entalhador do famoso personagem Pinóquio. Depois, em 2012, ele precisou passar por uma nova cirurgia, para corrigir outra situação, uma sequela do acidente. “Vão aparecendo sequelas ao longo do tempo, depois do acidente”, conta ele, que desde então é paraplégico e, por isso, cadeirante.
A situação, que já impõe dificuldades em tempos de normalidade, fica mais complicada em períodos como este de pandemia. Desde outubro do ano passado (2019), Gepeto aguarda uma definição de sua situação por parte do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Com a suspensão das atividades do Instituto por causa da Covid-19, além de não receber mais nenhum benefício social desde o ano passado, também não teve sua solicitação de auxílio emergencial aprovada.
Mesmo com todas as dificuldades, Gepeto trabalha muito na própria oficina que montou no fundo do quintal de sua casa. No local, ele restaura cadeiras de rodas para cadeirantes, sem cobrar material e mão de obra. Faz por amor ao próximo, para ajudar. Ele também restaura objetos antigos e trabalha com peças de madeira.
Todavia, o espaço em que realiza esses trabalhos ainda não conta com as condições mínimas necessárias de acessibilidade a um cadeirante. O maior problema é a falta de piso adequado na área de aproximadamente 36 metros quadrados, fazendo com que Nivaldo caia com frequência. Ele também precisa de uma cadeira de rodas melhor, mais leve para não cansar tanto os seus braços. Por isso, sua esposa, Edilene Malheiro Ribeiro, decidiu fazer uma vaquinha virtual com a intenção de arrecadar R$ 15 mil.
Inicialmente, Gepeto nem sabia da iniciativa. “Ela queria fazer uma surpresa para mim, mas depois começou a perguntar coisas e eu comecei a desconfiar. Então, ela teve que contar”, explica Nivaldo.
Aqueles que se sensibilizaram com essa bela história e desejem contribuir com qualquer valor, a vaquinha já está no ar e pode ser acessada pelo endereço da internet gepeto.itapoa.info
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