“Bom senso”, por Augusta Gern
O primeiro feriado chegou. 7 de setembro chegou, passou e deixou suas marcas. Desde que o litoral se tornou meu lar, vejo o quanto este feriado é aguardado por todo mundo: o termômetro para a temporada, um tchau para o inverno, um bom suspiro aos comerciantes.
Dessa vez, ele teve um gostinho diferente: em meio à pandemia e entre nuvens e chuviscos, mais do que comemorar a independência, o que se esperou foi bom senso.
Mesmo tentando trocar as redes sociais por um bom livro, não foi difícil ver as discussões e embates entre moradores e turistas, as reclamações sobre filas e barreiras sanitárias.
De um lado, a reclamação por enfrentar horas dentro de um carro, com criança, idoso, cachorro e tudo mais para poder relaxar, se encontrar com a natureza e, finalmente, sair de casa depois de alguns meses. Já se foram seis meses desde que o coronavírus chegou e quem é que não está a fim de sair de casa e fazer alguma coisa diferente?
Do outro lado, moradores que prezam pelo cuidado, que temem que os números da pandemia voltem a subir e que não admitiram ver tanta gente “aproveitando”, “curtindo” e “alheias ao vírus”. Afinal, a regra não é ficar em casa?
Entre tudo isso, estão alguns fatos: uma cidade turística, uma pandemia e uma temporada de verão se aproximando. E aí, como equilibrar tudo isso? Como agradar diferentes públicos? Como evitar aglomerações quando uma população se multiplica de forma exponencial? Como manter a população segura? Como cuidar da saúde e não impactar a economia? Como assegurar o direito de ir e vir?
As respostas são complexas e exigem planejamento, mas também muito bom senso – lembrando: conforme o dicionário, bom senso é a forma sensata e equilibrada de decidir e julgar.
Bom senso esse que já deveria estar calejado em tempos de empatia, não é mesmo? Bom senso que vale para todos: vamos pensar, analisar e ver o outro lado antes de sair de casa e/ou de julgar quem está saindo?
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