Campanha em prol da pequena Sophie mobiliza comunidade itapoaense
Nos últimos dias, a população de Itapoá, pessoas que frequentam o município e moradores da região têm divulgado amplamente uma campanha de arrecadação de recursos para tratamento de saúde de uma pequena moradora da cidade. Trata-se da bebê Sophie, de apenas um aninho e dez meses, que foi diagnosticada com um tumor do sistema nervoso chamado de astrocitoma de crescimento acelerado, localizado em sua medula. Devido a isso, ela já passou por três cirurgias de grande porte nos últimos oito meses.
Devido ao risco de Sophie perder a mobilidade de suas pernas e braços, seus pais buscam leva-la para uma avaliação no hospital que é referência mundial no assunto, o John Hopkins, situado em Baltimore, nos Estados Unidos. Por lá, a taxa de cura gira em torno de 90%, enquanto no Brasil, esse percentual cai para 55.
Gestação e nascimento
A farmacêutica Eleninha Jensei Gaviorno, mãe da pequena Sophie, explica que devido a uma insuficiência em sua gestação, precisou de repouso absoluto, sob o risco de não ter capacidade para segurar a bebê até o final da gravidez. Existiam os riscos de parto prematuro ou aborto. “Fiquei internada duas vezes com início de parto prematuro, mas com muito cuidado e acompanhamento, ela nasceu a termo. Fiz todo o acompanhamento de pré-natal e, com ela, não havia nada de errado”, conta Eleninha. Então, no dia 10 de outubro de 2018, a linda Sophie chegava ao mundo via parto normal, sem nenhuma interferência e completamente saudável.
Primeiros sinais e diagnóstico
Segundo a mãe, até um ano de idade, Sophie nunca havia ficado doente, raramente chorava e se alimentava muito bem. Eleninha conta que, inclusive, priorizava uma alimentação saudável e orgânica para a bebê. Mas a saúde da pequena começou a mudar quando ela completou um aninho. Choros inconsoláveis, perda de apetite e um desvio na coluna sinalizavam que havia algo errado. Durante vários dias, diversos médicos a examinaram, medicamentos foram receitados, mas nenhum diagnóstico conclusivo foi obtido, até que um ortopedista a consultou, suspeitou do problema e solicitou mais exames. Sophie ficou internada no Hospital Dona Helena, em Joinville, onde realizou ressonância, que constatou uma lesão em sua medula. De imediato, avisaram que poderia ser um tumor. “Nosso mundo caiu. Desde então, não tem sido fácil. Idas e vindas de hospital. Qualquer incômodo que ela sente, não sabemos se é uma coisa normal de criança ou se é dor por conta do tumor crescendo novamente. Meses fora de casa, buscando o melhor tratamento”, resume a mãe.
Cirurgias
Três meses depois do primeiro diagnóstico, a pequena Sophie encarava sua primeira cirurgia em novembro do ano passado (2019). Depois de 13 horas de procedimento realizado no mesmo Hospital Dona Helena, em Joinville, havia excelente expectativa já que praticamente todo o tumor havia sido extraído. Uma análise rápida feita durante a cirurgia apontava para um ependioma – tumor benigno do sistema nervoso, mas na biópsia definitiva, o resultado aponto como Glioma de alto grau – maligno e raro pela localização e idade de Sophie. Os pais resolveram procurar um hospital que fosse centro de referência no assunto em São Paulo.
Em março deste ano (2020), uma segunda cirurgia, dessa vez no Hospital do GRAACC em São Paulo (SP), especializado em câncer infantil. Nessa nova feita, a constatação foi, novamente, de que se tratava de um tumor benigno, porém pela localização em que ele se encontrava, a remoção total era inviável, devido ao grande risco de Sophie nunca mais andar.
Mais recentemente, em julho, o tumor novamente tinha crescido. A nossa pequena e guerreira Sophie chorava de dores incontroláveis e precisou passar pela terceira cirurgia, que foi feita no mesmo hospital de referência em São Paulo. Desta vez, a biópsia apontou um astrocitoma de alto grau – tumor maligno do sistema nervoso.
Tratamento
Em poucos dias, Sophie deve dar início à quimioterapia, com vistas a diminuir o crescimento acelerado do tumor. “A radioterapia, tratamento de escolha nesse caso, não pode ser feita em bebês, pelos riscos envolvidos”, explica Eleninha. A mãe da bebê também conta que um estudo biomolecular está sendo realizado pela empresa química e farmacêutica Bauer, na qual, caso Sophie se enquadre, poderá receber uma terapia alvo menos agressiva que a quimioterapia.
“Neste momento, ela está sendo muito bem acompanhada pela equipe multidisciplinar do hospital GRAACC. Eles são referência no Brasil”, garante a mãe.
A localização inicial do tumor cometia somente a mobilidade das pernas de Sophie, porém na última revisão, a equipe médica constatou que ele cresceu em direção ao crânio, o que pode acarretar na perda dos movimentos dos braços também. Por conta do tumor e das manipulações durantes as cirurgias, Sophie ainda não anda e apresenta um pequeno déficit em suas perninhas, mas que pode ser revertido com fisioterapia.
Orações e energias positivas
Enquanto Eleninha acompanha a pequena integralmente em São Paulo (SP), o vereador Thomaz Sohn, pai de Sophie, divide-se entre suas atividades em Itapoá e o acompanhamento da filhinha, que o casal descreve como maravilhosa, super amorosa e cativante. “Mesmo passando por tudo isso, sempre está sorrindo”, contam.
“Espero, de coração, que ela seja curada. Confiamos muito em Deus. Não entendemos o porquê das coisas, mas tudo tem um porquê. No momento, estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance, mas não sei como vai ser o prognóstico da doença ao longo do tempo. Por isso, já estamos tentando nos antecipar a qualquer evolução que ela tenha. Por agora, é o que nós e os médicos podemos fazer, mas pretendemos, em breve, levá-la ao hospital John Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, para uma avaliação, já que são referência mundial neste tipo de câncer”, conclui a mãe Eleninha.
Que tal colaborar com o tratamento de Sophie?
Uma vaquinha virtual (disponível clicando aqui) foi criada para quem se sentir sensibilizado com a história dessa pequena guerreira e puder ajudar com qualquer valor. A intenção é custear as viagens, estadia e alimentação entre outros itens relacionados ao tratamento, custos que a família já vem tendo há alguns meses no deslocamento interestadual (Santa Catarina – São Paulo). Para o tratamento nos Estados Unidos, o hospital pede um sinal de 250 mil dólares, que pode aumentar, conforme a necessidade constatada na avaliação. Até o fechamento desta matéria, quase 500 pessoas já haviam contribuído, fora as inúmeras pessoas que estão auxiliando com rifas e ações entre amigos. “Pedimos a Deus que ilumine a vida de cada um e que, um dia, eu consiga retribuir cada um de vocês. Muitas bênçãos a todos”, deseja o pai Thomaz.
A vaquinha virtual também está disponível clicando aqui.
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