“Democracia, sim!”, por Thiago Gusso
Está no artigo 1º, parágrafo único da tão surrada Constituição Federal de 1988: “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Com essa permissa, está o Brasil enquadrado no Estado Democrático de Direito. Entre as principais características da nossa Constituição: a soberania popular e a democracia representativa.
Esclarecimentos feitos, é surreal que um grupo de pessoas aparentemente sem o mínimo de esclarecimento sobre o que é viver em um país democrático, utilizem essa mesma democracia (conquistada com muito suor e lutas) para exigirem atos autoritários que inviabilizam, por completo, um Estado Democrático de Direito.
Em um momento no qual o único foco deveria ser criar estratégias de combate à Covid-19, que tanta tristeza tem causado em todo o mundo e começa a afetar o Brasil, é lamentável que pessoas, ainda que em número bastante reduzido, estejam se manifestando publicamente pelo fim da Democracia.
Com muita força nas redes sociais, essas pessoas trazem teorias e mensagens anônimas, sem comprovação de veracidade alguma, apenas por reforçarem uma perfeição utópica acerca de sistemas autoritários que só elas enxergam. Esses sistemas não funcionaram e não funcionam a contento para a população em nenhum lugar do mundo.
A saída mais prática para tentar conscientizar esse público deveria ser o argumento embasado em diversos estudos que versam sobre o tema e mostram o quão prejudicial são regimes autoritários para a população. Mas há um problema: essas pessoas não querem ouvir quem pensa diferente. Estão hipnotizadas em um discurso que a maioria não consegue entender a eficácia, já que é fraco e cheio de contradições. Pesquisas rápidas em qualquer buscador da internet desmentem a maioria das teses defendidas por essa gente. Eles não gostam de ser contrariados: criam, na internet, um ambiente hostil, intimidatório, em que nada contribui para aquele que é, talvez, o mais democrático dos meios de comunicação.
Mas se racionalmente não há diálogo para defender aquilo que nos é de mais valioso, é preciso união dos que reconhecem o valor que ela tem.
Nas redes sociais, podemos parecer minoria, mas não é isso. Apenas nos expressamos menos. Gastamos mais tempo nos certificando de fatos e pesquisando em fontes seguras do que despejando teorias e notícias anônimas (quase 100% das vezes, fake news). No meio de tanta ignorância que acompanhamos, é importante termos a certeza de que não estamos sozinhos. Nós não estamos sozinhos. Não é porque não nos sujeitamos a discussões rasas e completamente ineficazes com pessoas sem o mínimo de razoabilidade, que não existimos. Somos muitos na defesa da democracia que tanto valorizamos, estejam certos disso e contem comigo, pois eu conto com vocês.
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