É preciso saber perder, por Thiago Gusso
Certamente, umas das piores sensações que o ser humano pode ter é a da perda. Claro que cada uma tem sua importância, algumas mais e outras menos.
A sociedade, desde que somos crianças, molda-nos para a competitividade. Nesse contexto, era de se esperar que aprendêssemos já pequenos a lidar com as derrotas que vez ou outra a vida nos impõe. Até porque é fato conhecido da humanidade que toda perda traz aprendizados. Na contramão disso, porém, muitas pessoas simplesmente não sabem e não admitem perder. O grande problema dessas é que elas também não estão prontas para vencer e, certamente, não agirão corretamente quando isso ocorrer.
No mundo dos negócios, em especial, essa negação que alguns têm de assimilar derrotas, os impede do que, popularmente, chamamos de “dar a volta por cima”. Pior do que isso, há aqueles que acreditam que o problema é o seu concorrente, que está conquistando o seu mercado, e não admite que é necessário se adaptar a uma nova realidade de concorrência e competir em igualdade. Por vezes, ao invés disso, procura formas de “derrubar” o próximo, sem perceber que o esforço investido está se voltando contra si. Quem aprende a perder em outros aspectos da vida tende a lidar melhor com as perdas profissionais.
As pessoas que não sabem perder são muito competitivas, mas isso não deveria ser problema. Ocorre que essa fixação por competividade, por estar a frente a qualquer custo, pode resultar em atitudes imorais e/ou antiéticas. Não é raro encontrar registros de crimes contra a honra das pessoas ou, mesmo, relacionadas a agressões físicas resultantes dessa competividade desenfreada associada ao perfil dessas pessoas que não sabem perder.
Em tempos de crise e, consequente, aumento de desemprego, as pessoas tendem a investir no que sabem fazer como forma de driblar as dificuldades. Nesses momentos, surgem ideias novas de negócio e atualização de formatos antigos. Muitos desses investimentos ficam pelo caminho e alguns dão certo, trazendo bons resultados e perspectivas de futuro. Isso, como é de se esperar, não agrada a quem já estava no mercado mantendo um formato inalterado há muito tempo, mas que vinha funcionando no aspecto de retorno financeiro. Nesse momento, o mal perdedor, que estava em sua zona do conforto, percebe-se ameaçado e costuma reagir da pior forma possível, em um tipo de ação que, como dissemos, costuma dar errado e se virar contra ele próprio.
Saber perder é a melhor forma de preparar a vitória. Isso não significa estar conformado com as derrotas, mas saber que elas fazem parte de um processo de aprendizado. Entender que elas devem ser assimiladas, reconhecidas e utilizadas como exemplo de algo que não deu certo, mas que pode e deve ser melhorado.
O bom perdedor hoje será um grande vencedor amanhã!
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