A primeira pergunta que muitos se fazem é: “afinal de contas, quem assume no caso de impedimento da Presidente? ”. O substituto imediato de Dilma Roussef, em qualquer situação, inclusive nessa, é o seu vice, Michel Temer. Ocupante de cargo político desde 1987, Temer é o que pode se chamar de político de carreira. Recentemente, também está com o seu nome envolvido em denúncias, o que gera, inclusive, quatro pedidos de impeachment contra ele. Portanto, já é um nome que, infelizmente, está longe de transmitir a confiança que o País precisa nesse momento.
“E no caso de o impeachment do vice-presidente ocorrer? ”, alguns podem se perguntar. Aí, existem duas situações. Em ambas, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha assume provisoriamente até uma nova eleição. Se os dois processos de impeachment (da presidente e vice) ocorrerem ainda neste ano de 2016, portanto antes da metade do atual mandato, é realizada uma nova eleição direta em 90 dias. Se esses processos terminarem na segunda metade do mandato, portanto a partir do início de 2017, quem escolhe o novo presidente da República é o Congresso Nacional. Ou seja, é realizada uma eleição indireta.
Tanto o deputado federal Eduardo Cunha quanto o Congresso do qual ele faz parte, sabemos, estão longe de serem exemplos. Cunha, como muitos dos seus companheiros de Poder Legislativo Federal, principalmente os mais influentes, vêm sendo investigados por atos de corrupção.
Uma preocupação que também tem surgido é em relação à continuidade das investigações que a Justiça Federal vem realizando contra os casos de corrupção. Uma pergunta que se faz é se elas continuarão com a mesma autonomia. Bem na verdade, nem mesmo com a permanência do atual cenário, essa continuidade estaria garantida, mas é fato que o interesse pelo fim das investigações vem de muitos políticos e partidos, e o prosseguimento delas é uma incerteza. Cabe ao povo, independentemente dos resultados desses processos, cobrar para que o combate a corrupção não cesse.
A verdade é que, por muitos, o impeachment é visto como um passo à frente, para outros, um retrocesso. As denúncias e investigações mostram que a corrupção atinge todos os partidos em todas as esferas políticas e seus poderes, não me parecendo sensato imaginar que o impedimento da presidente seria a solução de todos os problemas que envolvem a política nacional. Talvez seja um primeiro passo, mas está longe, muito longe de ser a solução que tanto almejamos e precisamos. Muitos só irão perceber isso depois que o processo ou os processos de impeachment se encerrarem. Hoje, o que temos, são vários falsos heróis. Todos interessados no jogo de poder envolvido nessas questões.
Para mim, a pergunta que fica é: “quem nos salvará depois do impeachment?”
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Parabéns Thiagão, bastante esclarecedor e bem escrito. Precisamos incentivar a reflexão além do imediato, pensar sobre que vem anterior ao impeachment, o que vem depois, o que está por trás do interesse político pelo impeachment? Buscar os fundamentos das informações, o que é verdadeiro, o que é boato, enfim... Obrigado por nos informar com propriedade sobre o assunto. Parabéns!
Muito obrigado, Mutti!
Fico extremamente feliz de que tenha gostado do texto. Também acredito haver falta de reflexão em diversas questões, especialmente, na política e na Cultura, tema tão bravamente defendido por você. Admiro o seu trabalho e um elogio seu aqui me deixa bastante orgulhoso.
Um grande abraço,