Manifestação de caminhoneiros gera temor de desabastecimento

Desde a noite dessa segunda-feira, dia 23 de fevereiro, a rodovia SC-416, o principal acesso ao município de Itapoá, bem como ao porto local, está fechada para caminhões. O bloqueio é realizado por caminhoneiros, que participam da manifestação nacional da categoria, em várias ligações rodoviárias de todo o País. Em geral, eles protestam contra o aumento do diesel, dos impostos e das tarifas de pedágio. Além disso, reivindicam o aumento no valor do frete. De acordo com o jornal “A Notícia”, no final da tarde desta terça-feira, dia 24 de fevereiro, passava de 300 o número de caminhões que estavam parados na entrada para o Porto Itapoá, totalizando mais de 13 km de fila no acostamento da rodovia.

De acordo com os caminhoneiros que participam da manifestação, o recorrente aumento no combustível e a estabilização no valor do frete prejudicam, financeiramente, os profissionais. Eles alegam que recebem o mesmo valor do frete que recebiam há quatro anos, enquanto todos as despesas aumentaram, com um destaque para o combustível, que teve o acréscimo de mais de 27% nesse período. Os caminhoneiros também reclamam dos gastos elevados, ainda, com a manutenção de seus veículos – devido a falta de estrutura nas rodovias e o aumento de valor dos componentes como os pneus, por exemplo – e os pedágios.

Os motoristas que transportam cargas para Itapoá também protestam contra problemas locais. Segundo eles, os terminais portuários não oferecem estrutura adequada e até que consigam uma vaga para entrar na plataforma, ficam estacionados na rua por horas, já que não há estacionamento fora do complexo. O Porto até disponibiliza um serviço de agendamento, que não resolve o problema dos motoristas, os quais precisam liberar o veículo toda vez que recebem uma carga. As principais dificuldades alegadas são a escuridão noturna na região, a falta de banheiro e de estrutura para água e comida. Os terminais portuários, segundo os caminhoneiros, estariam levando até dois dias para liberar a carga, atrasando o serviço desses profissionais.

A AGU (Advocacia Geral da União) ajuizou uma ação contra a paralisação dos caminhoneiros, obtendo uma resposta da Justiça gaúcha nesta terça-feira, dia 24 de fevereiro, a qual acatou a ação, solicitando o desbloqueio das rodovias federais alvo das manifestações. É aguardada, ainda, a decisão em relação aos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Mas essa decisão não deve interferir na manifestação que ocorre em Itapoá, uma vez que ela é praticada em estrada estadual e não federal.

Segundo divulgado pelo Grupo RBS de Comunicação, o Porto Itapoá informou que, por enquanto, segue trabalhando normalmente, com as cargas que já estavam no pátio, mas os impactos da manifestação já estão sendo avaliados.

Com a atual situação, há a expectativa de que outras vias de acesso a terminais portuários possam ser paralisadas, como aquelas que fazem ligação aos portos de Itajaí e Navegantes. Inclusive, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) recebeu informações que davam conta de um possível fechamento da BR-101, fato que não se confirmou até a noite desta terça-feira, dia 24 de fevereiro.

O porto de Navegantes, que é o maior movimentador de contêineres da região Sul do Brasil, comunicou, oficialmente, que, por enquanto, os impactos restringem a carga de alguns clientes, que já entraram em contato com o terminal portuário, informando sobre o atraso para a chegada de alguns contêineres de carga refrigerada, originadas no Oeste catarinense.

Uma das principais companhias de alimento que opera pelos terminais de Itajaí e Navegantes já informou que, por falta de matérias prima, suas fábricas localizadas em Francisco Beltrão (PR) e Dois Vizinhos (PR) interromperam a produção.

Clique na imagem abaixo e confira a reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, sobre o tema, que cita, rapidamente, a situação em Itapoá:

Confira a reportagem televisiva do jornal “Meio Dia Itajaí” sobre a preocupação do litoral norte de SC com a possível falta de leite e hortaliças na região:

Abaixo, fotos que foram publicadas no perfil “Itapoá Itapoá” do Facebook.