Concessionária considera remota a chance da crise hídrica afetar Itapoá

Um assunto corriqueiro nos meios de comunicação atualmente é a crise hídrica que atinge a região sudeste do Brasil, de forma especial o estado de São Paulo, que já começa a sofrer com a falta de água nas torneiras. Com as fortes chuvas que caíram por lá nos últimos dias, o sistema Cantareira, que contempla o maior reservatório de água do estado paulista, teve uma considerável recuperação – a maior desde que começou a crise. Ainda sim, o referido sistema segue operando com a segunda cota do volume morto, uma reserva que nem era considerada para cálculo até então.

Preocupado com essa temática em relação ao que se passa em Itapoá, o site Tribuna de Itapoá procurou a empresa responsável pelo abastecimento de água na Cidade – a Itapoá Saneamento – a qual explicou que a diminuição do volume de água na bacia do Saí Mirim (que abastece Itapoá) é remota, o que não elimina a necessidade de se utilizar o recurso com consciência.

Segundo Sérgio Bovo Jr., um dos diretores da Itapoá Saneamento, a captação de água no Município se dá no rio Saí Mirim, através do modelo de captação “a fio d’água”, que consiste em captar água de superfície através de bombeamento, direto do rio para a ETA (Estação de Tratamento de Água).

Atualmente, a captação de água é realizada no final da Rua 650, mesma via onde fica a ETA 1. “Está no plano de metas da Concessionária, a construção de um novo sistema de Captação e Tratamento de água, contemplando uma nova captação na Rua 1.000 e a construção de uma nova ETA com fornecimento de 350 litros/segundo, volume muito superior ao atual fornecido. Além disso, serão construídos, em um primeiro momento, um reservatório para dois milhões de litros na própria Estação, três reservatórios de um milhão de litros cada (Barra do Saí, Itapema do Norte e Balneário Palmeiras) e sistema de pressurização através de booster. Com relação às adutoras, já foram implantados 27 km e totalizaremos 50 km neste primeiro momento. Posteriormente, a Estação será ampliada para 450 litros/segundo e teremos um total de reservação de sete milhões de litros em Itapoá”, explica a concessionária por meio de sua assessoria de imprensa.

Ainda segundo a empresa, o projeto já contempla o crescimento da Cidade, de acordo com os índices robustos que o Município vem apresentando. “Atualmente, temos feito em torno de 1 mil ligações por ano, e ampliado cerca de oito mil metros de redes na Cidade”, conta.

O Saí Mirim é um rio perene (interrupto), que pertence à Bacia Hidrográfica que leva o seu nome. Ele é cercado pela Mata Atlântica e o seu volume de água, superior à necessidade captada para o tratamento. “O fato de o Rio ter volume de água constante possibilita que a SDS (Secretaria de Desenvolvimento Sustentável) emita  outorga para captação e tratamento”, detalha a empresa.

A tendência dos rios cercados pela Mata Atlântica é de que eles tenham um ciclo constante de chuvas e renovação da água, mantendo suas características. “Portanto, entendemos que a possibilidade de diminuição do volume de água da bacia do rio Saí Mirim é remota. Mas isso não diminui a necessidade de utilizar o recurso com consciência”, alerta a Itapoá Saneamento.

“Buscando conscientizar a população de Itapoá, a Concessionária realiza campanhas constantes, incentivando a redução do uso desnecessário de água, ministrando palestras em escolas e, também, com campanhas, como a realizada na temporada de verão, que contou com a distribuição de panfletos, outdoor nos acessos à Cidade, cartazes em estabelecimentos, moto de som divulgando dicas, entre outros”, conclui a empresa.