Deputada acusa prefeito de agressão a vereadora e ele rebate: “armação política”

Em um vídeo publicado no final da tarde desta sexta-feira, dia 21 de fevereiro, em suas redes sociais, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL) faz uma grave acusação ao prefeito de Itapoá Jeferson Garcia (MDB). Ela conta que esteve em Itapoá para cumprir diversas agendas e que uma solicitação sua de cunho religioso havia dado início a uma série de ataques à vereadora Jessica Lemonie (PL) por parte dos políticos do MDB. “Ontem [quinta-feira, dia 20 de fevereiro], a situação escalou a um ponto que deixou de ser uma questão política, passando a ser caso de polícia”, alega a deputada.

Uma hora depois da publicação do vídeo da deputada, o prefeito de Itapoá, Jeferson Garcia, também em vídeo publicado em suas redes sociais, dizendo-se indignado, defendeu-se, alegando que está sendo vítima de uma armação política. “Nunca agredi ninguém na minha vida. Sou uma pessoa do bem. Quanto à vereadora, jamais a agredi. Já tomei as devidas providências e isso irá ser esclarecido em breve. Não irei me abalar com inverdades. Vamos em frente”, comentou.

Confira a fala da deputada estadual Ana Campagnolo no vídeo em que acusou o prefeito:

“Este é um recado para todos os trogloditas da classe política de Santa Catarina. Eu e minha equipe trabalhamos muito e ajudamos a eleger cerca de 60 vereadores em mais de 50 municípios. No geral, sou cortês, tenho uma boa relação com as pessoas em todos os partidos e principalmente dentro da Assembleia [Legislativa]. Mas uma agressão, principalmente física, contra qualquer um dos meus mandatários, eleitos, será tomada como uma agressão direta a mim. E, agredida, usarei todas as armas que tenho à disposição para reagir e neutralizar quem estiver ameaçando os meus aliados e os meus vereadores. Dito isso, o que os dinossauros do MDB em Itapoá estão fazendo com a minha vereadora Jessica Lemonie não é mais um caso para a política, é um caso para a polícia. Porque ontem, o prefeito do MDB, Jeferson Garcia, agrediu fisicamente a nossa vereadora em uma reunião com testemunhas. Um boletim de ocorrência e o exame de corpo delito já foram providenciados. Agora, nós contamos com a nossa polícia e tenho certeza que será uma investigação célere e instaurada para apurar o que aconteceu nesse caso, e o prefeito do MDB responderá pelos seus atos.  Eu estive em Itapoá recentemente a convite da Jessica, a minha vereadora, e fui em paz. Fui anunciar recursos que deixei para a cidade, quase meio milhão de reais, e fazer um pedido simples, que o crucifixo que tinha sido retirado do seu local na Câmara Municipal fosse recolocado. Mas parece que o meu pedido simples, que foi tratado naquela época como uma coisa menor e irrelevante, atiçou os demônios nos políticos. O símbolo cristão havia sido removido dessa casa por ordem do presidente da Câmara, aliado do prefeito, vereador Ivan da Luz, também do MDB. Eu fui a primeira deputada a falar em uma sessão da Câmara dos Vereadores da história lá do município de Itapoá, e esse deveria ter sido um dia de celebração, deveria ter sido bem tratada. Inclusive, porque o nosso mandato estava ali para se colocar à disposição com o recurso e com o trabalho, mas a maneira como eu fui tratada, por esse sujeito do MDB, com uma grosseria e uma hostilidade que em nenhum espaço público da minha vida pública eu presenciei antes, nunca aconteceu isso antes. O desprezo ao decoro, à ética, que são exigidos para ocupar um cargo como de vereador, ou mesmo de presidente, e a desqualificação desse sujeito, principalmente como presidente da Câmara, foram impressionantes. Essa hostilidade, por si só, já acendeu um alerta no modo operante desse grupo que controla a cidade. Como ele se tornou o presidente da Câmara sendo esse cara truculento, hostil? Será que eles foram convencidos? Os colegas foram convencidos com bons argumentos, com uma postura republicana, ou será que houve coação? Porque convivendo, vendo aquilo ali, eu não achei que esse é um cara bom de argumento. E mais, na semana seguinte, a mulher de outro vereador do MDB, Ademar Ribas, atacou o verbalmente a minha vereadora e tentou agredi-la fisicamente. Tentou e não conseguiu, mas a vergonheira, baixaria total. E olha só, tudo isso por causa de um crucifixo. Não eram vocês que estavam lá dizendo que o crucifixo era irrelevante, que o assunto era irrelevante. Se um motivo é irrelevante, por que conduz, inclusive, à violência verbal e física? Por que incomoda tanto vocês, colocar um crucifixo lá? E não adianta vocês espernearem, porque no que depender de mim, essa cidade não será consagrada a nenhuma divindade alternativa da qual possa aderir esses caras aí do MDB, ou qualquer outro político. E Itapoá, que é uma cidade católica, evangélica, já está consagrada a nosso Senhor Jesus Cristo, e pessoas, assim, com pactos do submundo, já estão a priori derrotadas. E tudo que vocês têm feito aí em segredo por achar que ninguém presta atenção em Itapoá, porque ser um município pequeno, virá à tona em breve. E vocês, o MDB aí de Itapoá, escolheu a inimiga errada. Jessica, minha vereadora, eu quero que você sabe que você pode contar comigo, com todo suporte da minha equipe. Eu tenho certeza que você também contará, a partir de hoje, com as orações de todo mundo que está tomando ciência disso que está acontecendo com você, com as nossas orações e com o nosso apoio. No geral, vou deixar muito claro, eu tenho uma boa relação com os deputados estaduais do MDB em Santa Catarina. Nós trabalhamos juntos ali na Assembleia Legislativa, no geral, me dou muito bem com eles, tenho uma boa relação, são cordiais, são em muitos aspectos bons exemplos. Existem muitas pessoas boas dentro do MDB, mas esse não é o caso do MDB de Itapoá, isso tem que ficar muito claro. Mas, em nome da boa relação que eu tenho com o MDB da Alesc, é que eu solicito aos senhores, que são autoridades partidárias dentro do MDB, que tomem as devidas medidas partidárias para responsabilizar esses agressores, em vez de protege-los. Mesmo que sejam seu partido, isso é um absurdo, um prefeito chacoalhar, apertar, agredir uma vereadora da oposição, uma vereadora mulher. E, desde já, eu convoco você, seja de Santa Catarina ou de outra região, a orar e acompanhar essa situação de Itapoá mais de perto. Em breve, eu devo trazer mais detalhes sobre esse caso, e eu devia ter me alertado antes, porque essa atitude do MDB de tirar o crucifixo do parlamento da casa de democrática, não vinha sozinha. Então, a partir de agora, eu vou prestar mais atenção no que vocês estão fazendo aí em Itapoá. Vocês conseguiram essa proeza, vou prestar muita atenção. Quero deixar meu apoio para a vereadora da Itapoá. Nós já estamos entrando com uma representação junto ao Delegado Geral de Polícia do Estado, que já está ciente sobre o que está acontecendo aí no município. E o tempo de vocês, MDB de Itapoá, de se comportar como se fosse os donos da cidade, já acabou. Vocês estão fazendo feio, estão fazendo baixaria. E eu acho que não está dando nem para as lideranças, para as cabeças do MDB, continuarem apoiando essa baixaria aí.”

Confira a fala do prefeito de Itapoá no vídeo em que ele rebate a acusação:

“Olá Itapoá! Sexta-feira [21 de fevereiro], fim de tarde, triste, indignado. Eu acabei, há pouco, de ver o vídeo da deputada estadual Ana Campagnolo no “story” da vereadora Jessica, alegando que eu a agredi fisicamente. Pessoal, com todo o respeito, vocês conhecem a minha trajetória, quem me conhece, quem conhece o Jefinho. Ontem, quinta-feira [20 de fevereiro], era por volta das 14 horas, estávamos aqui, os quatro vereadores, três vereadores do PL e um vereador do Avante, junto com os representantes da Associação dos Deficientes, três representantes. Nós estávamos resolvendo uma situação aqui com os cadeirantes, junto à concessionária, para resolvemos o problema. A reunião estava tudo legal, tudo certo, estava a minha procuradora, todo o pessoal aqui. Eu, aí, falei que tinha um compromisso às 14h30. Eu saí da minha mesa, fui até o corredor ali fora, estava ali, a recepcionista, a assessora, o meu diretor de expediente, e aí a vereadora até veio conversa comigo, alegando, eles, para fazer uma agenda com eles, e aí até a gente conversou sobre uma questão, ali de um terreno da doação para a Escola Estadual. Eu até falei, vereadora, você foi injusta comigo, mas isso é uma outra situação. E aí, ela alegou que eu a agredi na quinta-feira. até vocês acham ser que eu tivesse agredido, ela não teria feito um escândalo na hora, pessoal. Com todo o respeito, quem me conhece, eu saí, eu tinha um compromisso, saí e ela foi atrás de mim ali, e só isso. Eu estou sendo vítima de uma armação política, pessoal, com todo o respeito.”

Toda esta matéria foi baseada exclusivamente nas informações dos dois vídeos mencionados e reproduzidos abaixo.

DEPUTADA ESTADUAL ANA CAMPAGNOLO (PL)

PREFEITO DE ITAPOÁ JEFERSON GARCIA (MDB)