Nas atuais circunstancias, é oportuna uma reflexão sobre o artigo de Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, considerado o pioneiro da Engenharia Sanitária e Ambiental no Brasil, publicado no Jornal do Commercio em 1912.
“Os conselhos de José Bonifácio e a negligente política”, refere-se ao pronunciamento de José Bonifácio de Andrada e Silva, naturalista, estadista e poeta brasileiro, conhecido como o Patriarca da Independência, por seu papel decisivo na Independência do Brasil, para a Assembleia Legislativa do Império do Brasil, sobre a escravatura e as consequências ambientais decorrentes.
Dizia o artigo:
“… Ademais, uma vez que acabe o péssimo método da lavoura em destruir matas e esterilizar terrenos em rápida progressão, e se forem introduzindo os melhoramentos das culturas na Europa, de certo com poucos braços, à favor dos arados e outros instrumentos rústicos, a agricultura ganhará pés diariamente, as Fazendas serão estáveis, e o terreno, quanto mais trabalhado, mais fértil ficará. A Natureza provida, e sábia em toda e qualquer parte do Globo dá os meios precisos aos fins da sociedade civil, e nenhum país necessita de braços estranhos e forçados para ser rico e cultivado”.
“… Nossas matas preciosas em madeiras de construção civil e náutica não seriam destruídas pelo machado assassino do negro, e pelas chamas devastadoras da ignorância. Os cumes de nossas serras, fonte perene de humidade e fertilidade para as terras baixas, e de circulação elétrica, não estarão escalvados e tostados pelos ardentes estios do nosso clima”.
“… E deste modo se conservarão, como herança sagrada para a nossa posteridade, as antigas matas virgens, que pela sua vastidão e frondosidade caracterizarão o nosso belo País”.
“… Nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo e do machado destruidor da ignorância e do egoísmo; nossos montes e encostas vão-se escalvando diariamente, e com o andar do tempo faltarão as chuvas fecundantes, que favorecerão a vegetação, e alimentem nossas fontes e rios, sem o que o nosso belo Brasil em menos de dois séculos ficará reduzido aos paramos e desertos áridos da Libia. Virá então esse dia, dia terrível e fatal, em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos”.
“… Eia pois, legisladores do vasto Império do Brasil, basta de dormir: é tempo de acordar do sono amortecido, em que há séculos jazemos”.
“… É tempo de acordar do sono amortecido”, – dizia, há anos, o maior dos brasileiros, apelando para o Governo, para os Legisladores. Não acordaram, até hoje, a não ser para ou pelas violências da politicagem, que a ambição move e alimenta. Segundo Rodrigues, a abolição se fez, não porque fossem ouvidos e seguidos os conselhos de José Bonifácio e de mais alguns eminentes estadistas. As nossas preciosas matas continuam a desaparecer, vítimas do fogo e do machado destruidor… Finalmente, a República seria ainda uma simples aspiração dos espíritos superiores, sem o preparo evolutivo dos Governos do Império, se não fora a orientação positiva de Benjamim Constant conduzir os desgostosos das classes armadas a um movimento orgânico, em lugar da simples revolta militar, com todo o cortejo de prejuízos.
Qualquer presença de atualidade é consequência desse sono profundo. É hora de despertar.
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