A escolha por negar fatos como forma de escapar deles, ação conhecida como negacionismo, costuma – de acordo com cientistas antropológicos (que estudam o ser humano e a humanidade) – surgir com mais força em períodos de instabilidade ou quando ocorre algo nunca antes presenciado pelas pessoas. Ambas as possibilidade se aplicam ao atual momento que estamos vivendo.
Nesse efeito negacionista, muitos passam a se opor a evidências científicas e a se sustentarem de teorias e discursos conspiratórios, na maioria das vezes, em favor de um de lado em disputas ideológicas, interesses políticos e também religiosos.
Os impactos desse negacionismo podem ser graves em diversos aspectos e, especialmente, quando tratam de saúde, segmento para o qual, a medicina e a ciência trouxeram tantos avanços nas últimas décadas. Vários exemplos disso puderam ser constatados nos últimos anos.
Na África do Sul, de 1999 a 2008, o presidente Thabo Mibeki negou a gravidade do surto da AIDS. À época, a então ministra da saúde dizia que bastava uma alimentação à base de legumes como beterraba para se proteger do vírus HIV. Atualmente, quase 20% dos infectados pela doença no mundo estão naquele País.
Temos, também como exemplo, o movimento antivacina, que sem qualquer embasamento científico, contesta a eficácia e segurança das imunizações como um todo. Infelizmente, o crescimento de tal movimento tem provocado grandes revés à sociedade. Entre os exemplos disso, a volta do Sarampo ao Brasil em 2018 (país que o tinha erradicado em 2016) e o não alcance da meta de vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) em 2016 (doença controlada por aqui desde 1990). Algo semelhante também ocorre com a vacina da Hepatite A, BCG, rotavírus, meningogócita e pentavalente.
Mais recentemente, o exemplo é a forma como muitos estão tratando a Covid-19, quando se ignora por completo o potencial da doença, o estado e a capacidade dos hospitais em lidar com os doentes, além dos milhares de mortos no Brasil. Como se não bastasse, diversas terapias e medicamentos são divulgados tendenciosamente como sendo de alta eficiência, sem que qualquer comprovação científica ateste tais afirmações. Isso faz com que as pessoas deixem de tomar os cuidados necessários (e até então únicos meios realmente efetivos no combate à doença), porque acreditam no discurso de que a Covid-19 já tem solução, o que de fato só deverá se encaminhar com as vacinas, ainda sem data para suas disponibilidades no Brasil.
Para os cientistas, é natural e até positivo que a Ciência sofra críticas, pois elas servem para a evolução deste segmento, porém é importante entender que há diferença entre negação e negacionismo. Enquanto a negação é um dos vários mecanismos inconscientes e individuais de autodefesa do ego diante de uma ameaça, o negacionismo é uma atitude muito mais política, quando se procura fundamentar concepções como a de que a terra não é redonda e as vacinas não têm efeito, muito mais por uma disputa de narrativa de mundo, do que pelo conhecimento em si. Neste último caso, o que está em jogo é tão e somente a concentração de poder.
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